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eternuridade | |
Eternuridade, s.f. (do lat. aeternitate por aglutinação com do lat. ternu). Qualidade efémera do que é terno. O que há de eterno no transitório. Afecto muito longo; tristeza suave e demorada. textos e fotos: gouveiamonteiro(at)gmail(dot)com | LIGAÇÕES .: www.luisgouveiamonteiro.com .: A Natureza do Mal .: Mar Salgado .: Lita .: Lito .: Físico Prodigioso .: A minha afilhada |
26 de setembro de 2004 | |
Medo de ser (in)feliz | |
Oh, meu chukinho, já viste como a vida é? Foi preciso perder-te para tu seres feliz. Tu que estavas triste porque me amavas tanto. E foi preciso perder-te para me transformar naquilo que tu querias. As voltas que isto dá. Mas não te rales, porque agora já não estou triste, estou só sem ti. O problema foi julgar que tu me podias salvar; e eu a ti. Mas não. Eu é que tenho que tomar conta de mim; e tu de ti. Mas se não fosse o nosso amor a gente também não tinha chegado tão longe, aqui. Que pena que tenha sido preciso perder tudo para começar a tomar conta de mim. (E tu de ti?) Depois, para combater o desespero, - tarde demais - fiz tudo o que te teria feito feliz, para não morrer de tristeza: obras na casa, mudanças na vida, até o meu carro lavei e o teu mandei arranjar.
Agora sou o homem que tu amarias ainda mais e melhor, mas já não amas. Deixa lá, eu pelo menos já gosto mais de mim. E fui um lindo menino, venci a tristeza, que ainda a combato com todas as forças fazendo só coisas saudáveis para ajudar o tempo a passar. Já viste chukinho, as voltas que isto dá. O homem que exigias não era o mesmo que querias. Tu amavas o outro que nunca fui, nem agora nem ontem. Já viste, bebé, que a lição que me deste fará outra pessoa feliz. Agora - sabes o que faço (para além da força na barriga) - falo sozinho e digo o teu nome muitas vezes e com saudades: "oh, meu chukinho, onde está o meu chukinho?". E, já viste como tudo isto é complicado, não posso falar contigo porque me aleija. Mas posso dizer isto aqui onde toda a gente - até os maus - podem usar contra a minha a cabeça aquilo que diz apenas o meu coração. Porque, mesmo depois de ti, ainda tenho muito a perder, mas absolutamente nada a esconder. E o mais estranho é que isto é um post feliz. Porque eu não sei, mas prefiro achar que tu tens outro amor. Mas eu tenho o truque da barriga e as obras estão quase feitas e a minha vida agora é melhor, mesmo que seja triste sem ti. É uma maçada esta complicação do amor: teimoso e dessincrone. Gostavas de mim sem juízo, mas ficavas triste com isso. Agora - lá isso é verdade - sou uma grande maçada. Pronto, não faz mal, o pior já passou, já tenho a vida arrumada. Oh meu chukinho, as voltas que a vida dá. Agora és tu crescida, eu sou a presa que sonha sempre contigo. Mas foi preciso isto para me ensinares a sofrer, para me mostrares que, de facto, deixei por instantes de ser o menino da minha mãe. Foi preciso perder-te para deixar de ter medo de ser (in)feliz. Foi preciso tanto e tão pouco para fazer ctrl, alt, del. E é óbvio que estas são palavras de uma esperança vã, que nada serve. É apenas o carinho que sobrevive ao amor. Porque o amor continua mesmo quando acaba. E, quando é dos bons, a gente nem quer que acabe. Porque é maior do que a dor e muito melhor do que o nada. |
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Commentários: |
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sim! também sinto que só quando se aprende a ser infeliz é que se consegue ser feliz a sério... e ser feliz é amar até a dor... ou a gostar muito de ler abraço |
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.: Comentado por sophiarui : 8:14 da manhã | |
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