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eternuridade
Eternuridade, s.f. (do lat. aeternitate por aglutinação com do lat. ternu). Qualidade efémera do que é terno. O que há de eterno no transitório. Afecto muito longo; tristeza suave e demorada. textos e fotos: gouveiamonteiro(at)gmail(dot)com LIGAÇÕES
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25 de março de 2004
Jose Cardoso Não Pires

Na imagem, José Cardoso por Bual

Nós somos as tentativas da natureza. Ainda que um belo homem, José Cardoso Pires foi apenas a declinação de um outro, José Cardoso (Não Pires). O facto é normal e sucede com toda a gente. Uma pessoa é o resultado das variáveis que lhe deram e das que conseguiu arrancar ao correr dos anos. A gente resulta de uma complexa rede de circunstâncias, a maior parte das quais, sejamos honestos, não dominamos.
Os dois Cardosos chegaram a encontrar-se, apenas uma vez, à noite, no "Botequim" de Natália Correia. A conversa durou pouco tempo. Tornava-se aborrecida. Sendo declinações um do outro, diziam quase sempre a mesma frase. Com pequenas variações de tempo verbal e pontuação. Tinham sido deixados por duas mulheres diferentes. Estavam vestidos de igual, mas Não Pires tinha-se enganado na côr de uma das peúgas.
Mas vamos ao que interessa, ao nosso homem: também conhecido por Homem-Arquivo, José Cardoso (Não Pires) está vivo e pontapeia. É uma das raras vítimas de stress de paz. Inesperadamente, caminha para lá dos sessenta. Tinha planeado morrer novo, por exemplo na guerra, de preferência em África, mas teve azar.
Vive em Queluz, num castelo feito de livros e de recortes de jornal. Não usa dinheiro e tem por missão escrever um livro que seja, do início ao fim, feito de citações. Uma frase por autor. O programa, esse, é mais complexo: transformar informação em conhecimento. Passo meses sem o ver. Ainda assim, é a única pessoa a quem não consigo deixar de telefonar quando estou fora de Portugal.
.: Publicado por lgm @ 3/25/2004 - 0 Comentário(s)
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