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eternuridade
Eternuridade, s.f. (do lat. aeternitate por aglutinação com do lat. ternu). Qualidade efémera do que é terno. O que há de eterno no transitório. Afecto muito longo; tristeza suave e demorada. textos e fotos: gouveiamonteiro(at)gmail(dot)com LIGAÇÕES
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25 de junho de 2004
Verão cardíaco

Já que - por causa do futebol - me meti a mexer na bandeira, na pátria e na infância, mais vale levar isto até ao fim: mexer na família. As famílias de direita esmagam os indivíduos com protecção, conforto e regras. As famílias de esquerda desperdiçam indivíduos com liberdade, improviso e ideais. Num outro noutro caso, a esmagadora maioria dos progenitores acaba por achar que poderia sempre ter feito diferente. Ser pai é complicado, ser mãe ainda pior.
Com teimosia, dou o benifício da dúvida a Felipão. Acho que é um treinador que usa bem as duas mãos. Ora ama, ora disciplina os jogadores. Sabe que as famílias servem apenas para ajudar as pessoas. Quanto aos casmurros métodos dos últimos 18 meses, defendo com optimismo que esteve esse tempo todo a trabalhar a equipa não-Porto, para ter 23 possíveis titulares. Sabendo que teria sempre operacional, já pronta, a espinha dorsal de Mourinho. Ao mesmo tempo, viu crescer os mais novos e tomou conta dos cada vez mais caprichosos meninos de ouro. Foi um bom político, um bom pai. Ensinou a sonhar e a fazer.
A um mês do europeu, houve finalmente um vento de frescura. Foi de direita durante um ano e meio, mas agora é de esquerda porque, como diz o Barnabelo (link em baixo - tenho sono), muda a realidade. Faz substituições a 30 minutos do fim e não tem pânico de vencer. Estava claro que isto só lá ia com um sotaque enriquecido de Brasil - com a Língua. Porque depois das vitórias até se apanha lixo com a boca.
Como todas as coisas que se escrevem antes de ir para a cama, este post é uma irrestível insensatez. Vão idignar-se mais uns quantos amigos-de-direita-que-acham-que sou-do-bloco e outros tantos amigos-de-esquerda-que-acham-que-sou-um-beto. O Pessoa tem um poema que fala disto, de não estar nem dentro nem fora; viver na soleira da porta. Do centro não sou, garanto. É só que quando sinto que uma nova personagem me habita, abato-a.
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